Cemitério Metropolitano

Maria da Penha

Dia Internacional da Mulher – A importância do 8 de Março

O 8 de março simboliza muito mais do que felicitações e presentes para as mulheres.  A história nos conta que o incêndio que vitimou 129 trabalhadoras de uma fábrica têxtil em Nova York em 8 de março de 1857 se tornaria o símbolo das reinvindicações das mulheres por uma remuneração apropriada e melhores condições de trabalho.

Embora essa versão seja a narrativa mais conhecida, quando se aborda a origem da data comemorativa, ela não é verdadeira.

A data nasceu da união dos movimentos das mulheres no final do século 19 e começo do século 20 contra as péssimas condições de trabalho às quais as trabalhadoras eram expostas na Europa e nos EUA.

“As mulheres tinham que trabalhar 16 horas por dia durante seis dias na semana. Elas eram vigiadas para ir ao banheiro e até fora do trabalho. Sofriam um conjunto de abusos e assédio sexual”, explica a doutora em sociologia pela USP, professora e jornalista Isabelle Anchieta, autora da trilogia “Imagens da Mulher no Ocidente Moderno”.

Ao longo do século XX, essas mobilizações deram relevância para o 8 de março como um momento de reflexão e de luta. A partir de 1960, a celebração já tinha se tornado tradicional, contudo foi oficializada pela ONU em 1975, quando a organização declarou o Ano Internacional das Mulheres, como uma ação voltada ao combate das desigualdades e discriminação de gênero em todo mundo.

Em entrevista para a Agência EBC, a socióloga Eva Blay, uma das pioneiras nos estudos sobre os direitos das mulheres no Brasil, afirma que foram grandes os avanços conquistados pelas mulheres desde as primeiras reinvindicações. Para ela,

“homens e mulheres são iguais perante a lei. E ser igual significa o que? As mesmas oportunidades de estudar, de não ter limitações nas carreiras, de não ter um teto de vidro que limita a ascensão das mulheres nas carreiras. Enfim, uma mudança geral na estrutura da sociedade. E estou falando especialmente da brasileira. Mas isso acontece em todas as outras sociedades. Por volta dos anos 50, essa reivindicação tornou-se o centro do movimento feminista no mundo todo. E o movimento incluiu todas as reivindicações: a igualdade de direitos, a igualdade sobre, por exemplo, na família, de a mulher poder dizer quem é seu filho e quem é o pai do seu filho. Nós não podíamos fazer isso. A mulher, para trabalhar, precisava de autorização do marido. Para viajar, precisava de autorização. Ela não podia nem usar o próprio dinheiro. O movimento começou a trabalhar todas essas questões. E, de uma certa maneira, avançamos. Avançamos do ponto de vista do direito, do ponto de vista da educação, as mulheres se tornaram altamente escolarizadas comparando com os homens e muitas foram para a universidade. O caminho da universidade é mais ou menos heterogêneo. Nas carreiras que são das ciências chamadas duras ou exatas, temos menos mulheres que homens. Mas estamos fazendo muita força para ampliar isso.”

Para destacar a importância da data, selecionamos 10 mulheres brasileiras que foram pioneiras em suas áreas tornando-se figuras importantes no país e no mundo:

Ana Néri (1814-1880) – Enfermeira

Ana Néri - Enfermeira

Pioneira da enfermagem no Brasil, prestou serviços voluntários nos hospitais militares de Assunção, Corrientes e Humaitá, durante a Guerra do Paraguai.


Chiquinha Gonzaga (1847 – 1935) – Compositora, pianista e maestrina

Chiquinha Gonzaga

Foi uma compositora, instrumentista e maestrina brasileira. Foi a primeira pianista chorona (musicista de choro), autora da primeira marcha carnavalesca com letra (“Ó Abre Alas”, 1899) e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil.


Bertha Lutz – Botânica e Advogada

Bertha Lutz - Botânica e Advogada

Ativista, bióloga, educadora, diplomata e política brasileira. Especializou-se em anfíbios e, em 1919, tornou-se secretária e pesquisadora do Museu Nacional do Rio de Janeiro, sendo a segunda mulher a fazer parte do serviço público do país. Foi promovida a chefe do departamento de Botânica do Museu, posição que ocupou até se aposentar, em 1964.


Nise da Silveira (1905 – 1999) – Médica psiquiatra brasileira

Nise da Silveira

Médica psiquiatra brasileira reconhecida mundialmente por sua contribuição à psiquiatria, revolucionou o tratamento mental no Brasil. Foi aluna de Carl Jung. No Hbo Max é possível assistir ao filme “Nise – O Coração da Loucura”. Dirigido por Roberto Berliner e lançado em 2016, é a cinebiografia da psiquiatra Nise da Silveira,



Pagu (1910 – 1962) – Escritora, poetisa, diretora, tradutora, desenhista, cartunista, jornalista

Patrícia Galvão, Pagu

Foi uma escritora, poetisa, diretora, tradutora, desenhista, cartunista, jornalista e política brasileira. Teve grande destaque no movimento modernista iniciado em 1922, embora não tivesse participado da Semana de Arte Moderna, tendo na época apenas doze anos de idade.


Carolina Maria de Jesus (1914 – 1977) – Escritora, compositora e poetisa brasileira

Foi uma escritora, compositora e poetisa brasileira, mais conhecida por seu livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, publicado em 1960. Carolina de Jesus foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais importantes escritoras do país.


Elza Soares (1937 – 2022) – Cantora, compositora musical e puxadora de samba-enredo brasileira

Elza Soares

Foi uma cantora, compositora musical e puxadora de samba-enredo brasileira, que flertou com vários gêneros musicais como samba, jazz, samba-jazz, sambalanço, bossa nova, mpb, soul, rock e música eletrônica. Em 1999, foi eleita pela Rádio BBC de Londres como a cantora brasileira do milênio. A escolha teve origem no projeto The Millennium Concerts, da rádio inglesa, criado para comemorar a chegada do ano 2000.


Fernanda Montenegro – (1937 – )

Nome artístico de Arlette Pinheiro Monteiro Torres é uma atriz e escritora brasileira. Considerada uma das melhores atrizes, é frequentemente referenciada como a grande dama do cinema e da dramaturgia do Brasil. Foi a primeira latino-americana e a única brasileira indicada ao Oscar de Melhor Atriz por seu trabalho em Central do Brasil (1998). Em 2021, Fernanda tornou-se a primeira mulher eleita para a cadeira de número 17 da Academia Brasileira de Letras (ABL).


Maria da Penha (1945 – ) – Farmacêutica bioquímica

Maria da Penha

É uma farmacêutica brasileira que lutou para que seu agressor viesse a ser condenado. Maria da Penha tem três filhas e hoje é líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres, vítima emblemática da violência doméstica.

Em 7 de agosto de 2006, foi sancionada a lei que leva seu nome: a Lei Maria da Penha, importante ferramenta legislativa no combate à violência doméstica e familiar contra mulheres no Brasil.


Resumindo, o 8 de março é uma data para reflexão sobre a desigualdade e a violência contra as mulheres no Brasil e no mundo. É um dia para combater o silenciamento que normaliza as violências sofridas pelas mulheres, além de ser um momento para repensar atitudes e tentar construir uma sociedade sem desigualdade e preconceito de gênero, além de exaltar grandes mulheres que construíram e continuam a construir um mundo cada vez mais igual.


O Cemitério Metropolitano é um cemitério vertical localizado em São Vicente/SP. Utilizando técnicas modernas para a minimização de impactos ambientais, com suas instalações e lóculos. Possui crematório, salas para velório, ossuários, cremação para animais e realiza cerimonial para quem deseja prestar homenagem póstuma.

Mande sua mensagem para o Metropolitano.